quinta-feira, 7 de maio de 2009

Agricultura

O Fortalecimento da Agricultura
“É
a gente quer viver pleno direito
a gente quer viver todo respeito
a gente quer viver uma nação
a gente quer é ser um cidadão...”
É (Gonzaguinha)

A letra desta música nos faz lembrar um direito que todos nós que votamos e acreditamos na democracia, devemos exercer para construção de uma sociedade mais justa e solidária: o exercicio da cidadania. E este exercício se faz de várias maneiras, participando, emitindo opiniões, sobre temas que estão presente no nosso cotidiano. Não foi por acaso, que nesta abordagem, escolhi o tema fortalecimento da agricultura, pois muito tem sido falado, mas ultimamente pouco tem feito, a nível estadual, apesar dos esforços do governo federal, para o crédito chegar aos agricultores, principalmente os de características familiares, que dependem muito da assistência técnica pública, em suas propriedades. Em nível estadual esperamos dois anos, mas até o momento não temos conhecimento de nenhum programa que viesse a fortalecer efetivamente o setor. Apesar de o governo dispor de bons técnicos para execução das ações, a falta de uma política agrícola consistente, é evidenciado pela pouca regularidade de programas que venham contribuir para elevar os baixos índices de produtividades das lavouras, ou na baixa freqüência dos técnicos em campo em algumas regiões, conforme relato dos agricultores. Outro dia conversando alguns colegas me relataram a frustração por ficarem mais no escritório, quando deveriam estar mais presentes em campo. Solidarizo-me, com eles, pois como extensionista é realmente muito frustrante quase não ir a campo, além da cobrança legitima de quem mais sofre – os agricultores (trabalhadores rurais, juquireiros, quebradeiras de coco, posseiros, meeiros, pequenos proprietários).
A nível municipal discutem a LDO - Lei de Diretrizes Orçamentária, que comprende as metas e prioridades da administração pública, que servira de base para a LOA – Lei Orçamentária Anual, a ser votada pelas câmaras municipais, momento oportuno para fortalecer as Secretarias de Agricultura, responsáveis diretamente pela execução de políticas públicas para o setor primário, necessárias a dar respostas às reivindicações dos agricultores, tais como: assistência técnica efetiva ao homem do campo, aumento das produtividades da lavoura, entre outras ações que contribuem para melhoria das condições de vida dessas famílias.
Defendo que todo governo quando começasse deveria também construir um plano municipal de desenvolvimento rural sustentável, com a sociedade envolvendo os sindicatos, associações, entidades de classe, produtores e profissionais, pois daí nasceriam idéias e propostas para o desenvolvimento da agricultura do município. Os mais velhos dizem que escutar é muito bom, pois Deus foi tão sábio quando concebeu o ser humano, com duas orelhas justamente para ouvirmos mais e uma boca para falarmos menos. Entendo que a maioria dos projetos não se consolida pela falta de continuidade das ações, outrora desenvolvidas, por isso temos que pensar a agricultura, construindo um plano municipal participativo, de acordo com a aptidão das terras e vocação do município.
A formação e a valorização do capital humano é outro aspecto relevante, pois o servidor público é um patrimônio, e é justamente aí que as ações vão se consolidar e não iram sofrer por falta de continuidade, conseqüência também da rotatividade de pessoal. Com efeito, o concurso público é o caminho para uma assistência técnica formada por uma equipe multidisciplinar com visão sistêmica, que analise a propriedade de forma integrada, daí a necessidade de termos profissionais com conhecimento suficiente para identificarem as doenças e pragas das lavouras e animais, ou seja, veterinários, agrônomos e assistente social para assistir as famílias e ajudar na execução de programas do governo e técnicos agropecuários, para auxiliar o trabalho desses profissionais em nível de campo. A responsabilidade, na composição desta equipe, deve ser uma premissa básica, de quem defende o fortalecimento da agricultura do município, pois uma Secretaria deve ter veterinários e agrônomos suficientes para atender a demanda da agricultura familiar. Alguns gestores municipais já tiveram esta percepção e saíram do discurso a pratica. O município precisa ter programas próprios que cheguem ao homem do campo, passando de mero executor dos programas federais a formulador de sua própria política agrícola, adequada a sua realidade rural, é só verificar a lei orgânica do município. Não podemos esquecer pelo menos de fazer o nosso dever de casa, se quisermos que ocorra o viés da mudança, precisamos estruturar e fortalecer as Secretarias Municipais de Agricultura, reforçar o orçamento municipal, modificando a lei orçamentária anual, para melhorar as condições de trabalho daqueles que querem trabalhar e as coisas começarem a acontecer. A estruturação da secretaria municipal é fundamental, pois a maioria não dispõe sequer de uma bicicleta, para os profissionais prestarem a assistência técnica aos agricultores. Antes de tudo, temos que ter compromisso com Agricultura, principalmente nestes municípios pobres com baixo IDH – Indice de Desenvolvimentos Humano e diante desta crise se quisermos manter as famílias no campo. E o momento é agora no início dos novos governos municipais, quando muito se espera, que pelo menos o mínimo seja feito. Temos que antes de criticar ter propostas, daí a minha contribuição propositiva como Técnico.

2 comentários:

  1. oportuna a publicação, pois as camaras municipais estão prestes a votar a LOA.

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  2. Meu amigo Jorge luís, parabenizo pelo artigo.
    James Azevedo
    Prof. UFMA

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